São Paulo, 12 de Julho de 2012


Mais um corte na taxa básica de juros
 
As autoridades governamentais reunidas no Conselho de Política Monetária (Copom) decidiram por mais um corte na taxa de juros, de 8,5% para 8,0% ao ano. É a menor taxa desde 1996. Os integrantes fizeram uma boa leitura da atividade econômica interna no momento: risco reduzido de inflação acima das metas desejadas e fragilidade em diversos setores produtivos, principalmente comércio e indústria, sem contar a necessidade urgente de colaborar, de todas as formas, para aumentar os investimentos.

O oitavo corte consecutivo na taxa básica de juros da economia incentiva o crescimento do consumo das famílias, da produção industrial e, na ponta, dos investimentos. Esse ciclo vai depender, sobretudo, das taxas de juros cobradas diretamente do consumidor, mas fica nítido que essas decisões em sequencia por parte do Copom ajuda a puxar para baixo estas taxas finais.

A redução da taxa básica de juros auxilia a economia de diversas formas. O poder público pode economizar com o pagamento de encargos da dívida pública que são corrigidos pela Selic. A taxa de câmbio nominal sofre menos pressão, na medida em que as taxas menores de juros deixam de incentivar a entrada de investidores financeiros em busca de taxas melhores de juros. Além disso, sinaliza para os agentes de mercado que os empreendimentos produtivos podem ser investimentos mais rentáveis que as aplicações financeiras.

Sozinha, é certo, uma taxa básica de juro menor não será suficiente para prover competitividade suficiente para a economia brasileira para frente aos concorrentes. O Brasil precisa ainda das reformas estruturantes, sobretudo nas áreas trabalhista e tributária. Mas é uma das partes necessárias, sem dúvida. A gestão macroeconômica precisa continuar a ser exigente, com controle dos gastos públicos correntes e equilíbrio fiscal. O objetivo maior é que essa queda na taxa básica de juros seja duradoura, exigindo do mercado novas estratégias que privilegiem o investimento produtivo no médio e longo prazo.
Autor: Paulo Godoy é presidente da Abdib

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